O alpinista português João Garcia tornou-se um dos 10 homens do mundo a atingir o cume das 14 montanhas mais altas do mundo sem recurso a oxigénio artificial. Durante 17 anos este homem perseguiu o seu sonho e nem mesmo as muitas dificuldades que encontrou, inclusivé de risco de vida e após ter sofrido amputações das pontas dos dedos por causa de queimaduras do gelo, o fizeram desistir.
Somos inspirados por histórias de vida como esta. Reconhecemos a perseverança, a capacidade de sofrimento, o olhar fixo no prémio, e somos levados querer ser como eles. Muitas vezes tentamos até imitar a sua atitude, mas cedo esbarramos com dificuldades tais que nos levam a desistir. Qual é afinal o segredo?
De todas as qualidades destes homens e mulheres capazes de feitos incríveis, creio que o que mais se destaca é a fixação que têm no seu objectivo, e o modo como o valorizam de tal maneira nas suas vidas, que ele se torna o centro à volta do qual tudo o resto é organizado.
Encontro na Bíblia um livro que nos inspira a uma vida assim. A carta aos Hebreus. Nele Jesus Cristo é destacado como o melhor e maior objectivo de vida.
“Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.” (Hb.12:1-3, JFA,A)
Considerando estas coisas chegaremos a duas conclusões:
- Por nós mesmos é impossível atingir aquele padrão de perfeição.
- Esta qualidade de vida não nos isenta de problemas, mas pelo contrário, enfrentaremos muita oposição.
É então que lemos:
“De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem?” (Hb.13:6, JFA,A)
Este versículo é como um bálsamo para as feridas sofridas na tentativa de viver a vida que Deus nos propõe. Ele vem acalmar os nossos temores e assegurar-nos que há esperança e solução. Um novo caminho abre-se diante de nós. Encontro neste texto 4 atitudes que julgo fundamentais para o sucesso da experiência cristã. Queremos nós atingir os cumes da vida que Deus tem para dar? Coloquemos então em prática os conselhos que Ele coloca diante de nós.
O assumir da fé
“(…) com plena confiança digamos: o Senhor é (…)”
Viver com vergonha é meio caminho para o fracasso. Por vezes tentamos viver um cristianismo sem Cristo. Esforçamo-nos por pôr em prática os ensinos da Bíblia sem os relacionarmos com a fé que temos no Senhor Jesus Cristo.
É importante confessar a Cristo com as nossas vidas e com as palavras. Essa confissão não são meras palavras mas a demonstração da nossa confiança em Deus. O salmista Davi fazia isto com frequência. Dizia: “O Senhor é o meu pastor.”; “O Senhor é uma torre forte.”; “O Senhor é o meu refúgio.”. São muitos exemplos que nos encorajam a assumir a nossa fé e dizer: “O Senhor é…”
O assumir da necessidade de ajuda
“(…) O Senhor é quem me ajuda(…)”
Querer fazer tudo sozinho não é boa opção. Haverá sempre momentos em que a tarefa que temos adiante de nós é maior do que as nossas capacidades.
Certa vez os discípulos estavam no barco a tentar atravessar o lago para a outra banda. Era noite. E levantou-se uma tempestade. Quando já estavam cansados repararam numa figura que se aproximava deles andando sobre as águas. Ficaram cheios de medo pensando que era um fantasma! Mas, o homem falou e disse: “Sou eu. Não tenham medo!”. Era Jesus. Pedro, impulsivo como sempre, desafiou: “Senhor, se és mesmo tu manda-me ir ter contigo.”. Talvez não antecipasse a resposta de Jesus: “Vem!”, mas tomado de coragem saltou do barco e começou a andar sobre as águas! Deve ter sido uma emoção enorme para todos, principalmente Pedro, mas ao sentir o vento e a água a salpicar-lhe no rosto, temeu. E começou a afundar-se. O medo transforma-se em pânico! “Senhor, salva-me!”.
O nosso problema é que em vez de fazermos como Pedro e pedirmos ajuda quando precisamos, tentamos primeiro salvar-nos de qualquer maneira, nadando, agarrados a qualquer bóia ou destroço que encontremos, e só no limite da exaustão clamamos por ajuda. Precisamos reconhecer as nossas limitações e necessidades e confiar enm Deus para as suprir em amor.
O assumir do socorro
“(…)não temerei (…)”
Orar sobre um determinado assunto e continuar ansioso é falhar em compreender o processo de fé que desbloqueia o socorro de Deus. Se verdadeiramente confiamos que Deus pode e quer ajudar-nos, podemos descansar mesmo antes de receber.
O melhor ansiolítico é descansar no poder e sabedoria de Deus. É uma disciplina que temos de aprender.
O assumir de uma nova perspectiva
“(…)que me fará o homem?”
Quando vamos a uma galeria ver quadros não podemos fazê-lo demasiado perto deles para que, estando fixados num determinado pormenor, não percamos toda a beleza da pintura. Por vezes, na vida fazemos isso. Olhamos para os problemas como se fossem montanhas intransponíveis, quando aquilo que devíamos fazer era dar um passo atrás e perceber que Deus afinal é maior do que a montanha e que o caminho para seguir adiante está logo ali.
Quando assumimos estas atitudes na nossa vida centramos o foco em Cristo. E quando isso acontece estamos prontos para atingir os maiores cumes da vida, e ser vitoriosos.
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