Há algum tempo atrás os telejornais passaram uma notícia chocante: um homem sem-abrigo que tentou defender uma senhora que estava a ser assaltada foi agredido e acabou por morrer na rua. As muitas pessoas que passaram pelo seu corpo inanimado desviavam-se ao largo e seguiam indiferentes. Em resultado disso, o corpo daquele homem esteve caído no passeio durante várias horas sem ninguém sequer chegar perto.
A multidões são assim, indiferentes e despreocupadas com a condição do indivíduo. Por isso, a voz da multidão nem sempre é a voz da razão. Jesus tinha normalmente grandes multidões seguindo-O. Apesar disso o seu interesse mantinha-se focado no indivíduo. Em Marcos 2:13,14 encontramos o relato de um desses encontros inesperados. Há três coisas que despertam a minha atenção:
1. Na multidão não há espaço para o indíviduo, mas Deus conhece-nos no meio da multidão.
Rodeado de gente, Jesus pára, olha para um homem, e desafia-o: “Segue-me!” Porquê ele e não outro? Porquê um que nem sequer estava a caminhar com ele. Porque no meio de toda aquela multidão a necessidade de Levi não passou despercebida a Jesus.
2. O meu passado não é impedimento para Deus, e o apelo de Cristo é simples.
Levi era um homem declaradamente pecador. Era considerado um traidor à sua pátria por cobrar impostos para Roma. E ladrão, por ser desonesto nas suas cobranças. Mas, ele tinha um anseio por mudança e o seu passado não o desqualificou. E aquilo que lhe foi pedido foi simples e acessível. O primeiro passo da vida cristã é a fé, o arrrependimento, a confissão de pecados, a confissão de Jesus Cristo como Salvador pessoal e Senhor, e isto, é acessível a todos. Ricos e pobres. Poderosos e oprimidos. Novos e velhos. Eruditos ou iletrados. O poder para a mudança vem depois.
3. Deus exige mudança nos que O seguem.
Primeiro, Levi levantou-se. Compreendeu que era para ele o apelo que tinha sido feito. Entendeu aquele momento como definidor de todo o seu futuro. Sentiu-se amado. Conhecido. Há muitas pessoas que reagem assim perante a Palavra de Deus. Gostam de ouvir. Sentem-se confortadas. Mas, isso não chega. Não foi por ficar de pé que Levi se salvou. A atitude decisiva foi quando resolveu seguir a Cristo. Obediência. Mudança de rumo. Deixar para trás a vida velha. Estes são os sinais de um verdadeiro arrependimento e conversão. Nunca mais Levi se sentou na colectoria para cobrar impostos. Agora, Ele era um homem novo, um discípulo de Jesus Cristo.
Deus lança o mesmo apelo para ti: Segue-me! Que vais tu fazer?
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