Temos uma tendência para complicar.

keep-it-simple
Foto: http://www.accidentalcreative.com/creating/on-my-door-keep-it-simple/

O nosso aspirador não resistiu ao abuso das nossas filhas no seu último ímpeto de lides domésticas. 🙂 O papá-engenhocas arregaçou as mangas e partiu em busca de solução. Muitos parafusos depois – (Os fabricantes devem fazer de propósito. Imagino os engenheiros a rir enquanto desenham o aparelho só de pensar nas figuras que os futuros donos vão fazer a tentar desmontá-lo) -, com cada peça do aspirador espalhada pelo chão, concluo que não há nada errado com o aparelho.

Qual era o problema? Um fio solto na ficha. Demorei não mais do que um minuto a consertá-lo. Ao olhar para o aspirador esventrado, e a minha frustração pelo trabalho que teria pela frente, a S. ri-se. Tenho a certeza que pensava: “Homens”! 🙂 Acabamos os dois a rir da situação.

Keep it simple” – Mantém as coisas simples. Arranjamos sempre maneira de complicar até mesmo as coisas simples – a imagem acima é bom exemplo disso. Ao pensar nessa tendência quero deixar 3 conselhos para quando partilhares o Evangelho com alguém:

1. Não argumentes

Não é tua função provar a Bíblia. Nem tens que vencer um debate com os melhores argumentos. Muito menos és tu que convertes alguém a Cristo. Por isso, descansa no poder de Deus em fazer a Sua Obra. Entrega a mensagem de maneira simples. Se te deixas levar na onda da argumentação corres sérios riscos de perder o debate – levando o outro a pensar que afinal está melhor do que tu – ou, acabar num assunto tão longe do Evangelho que não terá nenhum proveito para o outro.

2. Vai directo ao assunto

Para levar alguém a Cristo não tens que explicar a criação do Universo, o Dilúvio, a Soberania de Deus no sofrimento de Jó, Abraão e os Patriarcas, Moisés e sarça ardente, as Tábuas da Lei, David e Golias, Jonas e o grande peixe, as 70 semanas de Daniel, e por aí adiante. Foca-te no essencial do Evangelho. Provavelmente a conversa teve um ponto de partida: uma questão, um desabafo, um pedido de ajuda. Começa aí, na circunstância que despoletou a oportunidade, e vai rapidamente até Jesus.

3. Sê assertivo, mas não insistente.

Fala com convicção e paixão. E, com um sentido de urgência nas tuas palavras em relação à salvação do outro. Fá-lo sentir que realmente te importas e que o facto de que está perdido te angustia. Mas, não sejas chato! Há uma música que diz que amor demais também mata.

Termino com um exemplo das Escrituras.

A cadeia da cidade de Filipos acolhia dois prisioneiros especiais – Paulo e Silas. Estes presos eram diferentes de todos os outros, porque tendo sido severamente açoitados e enfiados no calabouço, cantavam e oravam glorificando a Deus. Isso chamou a atenção de todos os presentes. A meio da noite, Deus operou um milagre que libertou todos os prisioneiros. Estranhamente, nenhum fugiu.

Perante a visão das celas abertas o carcereiro planeia o suicídio. Nesse momento crítico, Paulo interrompe e impede-o de se matar. O homem, ainda atónito por ver que os presos não fugiram, roga: “O que hei-de fazer para ser salvo?” Este homem duro e cruel, à beira do suicídio, procurava alguma coisa a que se agarrar que lhe desse esperança. O que dirias a alguém assim?

Aprendamos com o exemplo do apóstolo Paulo:

Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.
Atos 16:31

Keep it simple. Mais tarde, haverá tempo para outras explicações, como sucedeu naquele episódio. Aproveita bem as oportunidades que Deus te dá.