No último artigo (podes ler aqui) fiz uma citação que colheu muitos “gosto” no facebook e no twitter. Citei Kevin Struyk que disse:

Um Cristão é uma nova criação que foi liberta da culpa e do poder do pecado para adorar, servir, e amar a Deus e ao próximo.

Esta é uma daquelas afirmações que rapidamente aplaudimos – e bem, uma vez que é verdadeira, mas na qual somos muitas vezes achados em falta. A vida redimida por Jesus Cristo tem um chamado para uma missão integral. Aquele que nasceu de novo e experimentou o perdão dos pecados deve viver não para si mesmo, mas para glorificar Aquele que o salvou poderosamente e para benção do seu próximo. Fomos abençoados para ser uma benção para os outros. Este é o significado prático do 1º e 2º mandamentos:

Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Mateus 22:36-40

Não é por acaso que mais de metade dos 10 mandamentos tem implicações no nosso relacionamento com o próximo: honrar os pais, não matar, não adulterar, não roubar, não mentir, não cobiçar o que é dos outros. Não podemos honrar e servir a Deus sem amar o próximo.

Muitas vezes pensamos na Evangelização ou Discipulado como mais uma tarefa a acrescentar à nossa vida. Na verdade, ambas são mais do que tarefas com horários e tempos definidos e estanques. A vida do cristão é necessariamente uma vida missionária. Sim, leste bem.

Li recentemente um artigo no Verge Network do Caesar Kalinowski (podes ler e ver um vídeo aqui). Ele aponta o caminho para uma vida missionária – fazer da Evangelização e do Discipulado uma coisa intencional, e não adicional. A sua ideia pode ser explicada no gráfico abaixo (infelizmente só em inglês):

Vida [com] Missão vs. Vida [como] Missão Extraído do site vergenetwork.org
Vida [com] Missão vs. Vida [como] Missão
Extraído do site vergenetwork.org
Esta ideia não é nova. Estava bem presente no pensamento do apóstolo Paulo quando escreveu:

Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.

1 Coríntios 10:31

Glorificar a Deus em tudo o que faço, mesmo nas tarefas corriqueiras do dia-a-dia, implica ter sempre presente a excelência do Evangelho pelo qual fomos salvos e a necessidade urgente que o meu próximo (pode ser um familiar, um amigo, um colega, um vizinho ou mesmo um desconhecido que encontro na rua) tem de conhecer o Evangelho, arrepender-se dos seus pecados e voltar-se para Deus para Salvação.

Isso faz-me vigiar sobre o meu comportamento, as minhas palavras, e a maneira como trato os outros. Faz-me mostrar explicitamente que sou o que sou por causa da obra que o Senhor fez e faz em mim. Para poder explicar a razão da esperança que há em mim a minha vida deve ser o exemplo de uma pessoa feliz. Feliz não por causa de uma vida fácil, ou do sucesso profissional, ou qualquer outra vantagem que o mundo tem para oferecer, mas uma felicidade humanamente inexplicável porque vem de  Deus, do Seu Amor, da Sua comunhão, e da obediência à Sua vontade.

Portanto sim, és um missionário. Os olhos do mundo estão postos em ti por causa da tua fé em Deus. A grande questão é: Que “evangelho” estás tu a ensinar ao teu próximo?

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