Acabei de ler um artigo na “Christianity Today” sobre o presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Baptista do Sul (EUA) Russell Moore. Sigo o Dr. Moore no twitter há muito tempo e devo dizer que admiro a frontalidade combinada com sensatez que normalmente caracterizam as suas intervenções.
O artigo tem o título sugestivo de “Russell Moore quer manter o Cristianismo esquisito“. Nele Moore aborda uma questão que tem estado no meu coração e mente: como defender a relevância do Evangelho no contexto das sociedades secularizadas e pós-cristãs.
Este assunto tem pesado sobre mim e recentemente, ao preparar o tema para um Acampamento Bíblico, debrucei-me sobre o Evangelho e expus as seguintes conclusões:
- O Evangelho é o único poder capaz de transformar o coração pecaminoso do Homem. (Rm.1:16; 1Cor.9:23)
- O Evangelho é eficaz na sua missão porque é um plano pensado, desejado, executado e garantido por Deus. (Ez.36:16-38)
- O Evangelho não é uma solução “cosmética” dos problemas humanos. (Jr.2:1-13)
- O Evangelho traz à luz a maior demonstração de justiça que o mundo já viu. (Ez.18)
- O Evangelho alcançará toda a terra através de homens e mulheres simples que vivem comprometidos com a glória do seu Senhor e Salvador. (Tt.2:7-3:9)
A ideia reflectida no artigo fez-me lembrar uma mesa redonda que fizemos no Acampamento sobre este assunto. Achei interessante a perspectiva de Moore que disse:
Somos uma minoria profética que deve falar a um mundo que é exactamente o que Jesus disse que seria.
A ideia que o Evangelho é uma mensagem popular e facilmente aceite é contrária ao ensino bíblico. A mensagem do cristianismo bíblico será sempre contracultura, ofensiva e incómoda porque nos confronta com aquilo que mais tentamos esconder, o nosso pecado. O mundo não nos ama nem amará.
Por muito tempo assumimos que a igreja era o meio para atingir um fim: salvar a América. A América é importante. Mas, o objectivo final do Evangelho não é uma América cristã. O alvo final do Evangelho são redimidos de todas as tribos, povos, nações e línguas… Pertencemos a outro reino.
Embora os cristãos sejam chamados a defender a justiça e a verdade, e demonstrar na prática das suas vidas o bom propósito de Deus para as famílias, a sociedade, os negócios, as leis, a educação, etc., a proclamação do Evangelho não é a defesa de uma agenda política. Os cristãos amam e esperam outro Reino. Um Reino que não é daqui mas é eterno.
Por outro lado, sinto-me encorajado porque temos uma geração (do milénio) que é definida teologicamente e não politicamente.
Moore termina numa nota de esperança:
“Nos nossos melhores dias somos estrangeiros e exilados, mas não somos órfãos nem estamos perdidos. A nossa “esquisitice” só é esperançosa se estiver radicalmente firmada na estranha, estranha missão de Cristo crucificado e ressurecto.”
Amados, não desanimemos! Não estamos sós. Nem esquecidos. E temos em nós a maior mensagem que o mundo já conheceu: Cristo morreu por nós, pecadores. E, pela fé n’Ele, Deus tem poder para salvar todos os que se cheguem a Ele. Não fiques calado. Fala. Fala. E, fala. Até que o Senhor venha.