Leitura recomendada: Isaías 50

“As minhas costas ofereci aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos; não escondi a minha face dos que me afrontavam e me cuspiam.” (Isaías 50:6)

João abre o seu Evangelho com uma sublime e maravilhosa notícia – Deus veio a nós. O Filho de Deus, a verdadeira vida e luz dos Homens, veio ao mundo e habitou entre nós. O Rei fez-se presente e próximo. Ele trouxe graça e verdade, e mostrou-nos a glória do Pai. Que notícia pode ser mais maravilhosa do que esta?

Isaías também profetiza que o Servo do Senhor viria aos seus, chamaria a si os seus, e traria uma boa palavra aos cansados. Que missão! O Rei que vinha traria consolo e descanso. O Rei que vinha para servir chamaria com voz suave o seu povo para abençoar e santificar.

No entanto, rapidamente o êxtase dá lugar à estupefacção: quando o Rei veio os seus não O conheceram, nem O receberam. Ele chamou e ninguém atendeu ao chamado. Como é possível? Todos já assistimos a uma procissão real; as ruas são fechadas ao trânsito e emolduradas por milhares de pessoas, súbditos ávidos de ver os reis passar na carruagem real acenando ao povo. É um tempo de celebração e alegria. Todos querem ver o rei, a rainha ou os príncipes e princesas. Naquele momento é como se todos fossem participantes da glória própria da realeza e esquecem que são apenas súbditos. Mas, quando o Rei dos reis veio, quando o Senhor dos senhores desceu a nós, caminhou entre as gentes, falou, tocou e abençoou o povo, foi ignorado, desprezado e rejeitado pelos seus.

Pior, não só O desprezamos – o que por si é suficiente para chocar qualquer alma sensível – mas, crescemos na nossa rebelião contra Ele e o Seu reino. Tal como na parábola do agricultor que viu a sua vinha tomada por servos maus e enviou-lhes o seu filho e eles o mataram, também o Senhor, depois de ter falado pela lei e pelos profetas, enviou-nos O Filho a quem os homens deram a Cruz. O choque deve dar lugar ao horror pois aí vemos, sem filtros de auto-justificação ou elogio, a verdadeira face da nossa natureza pecaminosa; nós matámos o Senhor que, por Amor, veio salvar-nos.

No horror da cena, porém, aprendemos uma outra coisa – o quanto Ele nos ama! O Rei que poderia destruir a todos com uma palavra da sua boca, mantém-se em silêncio. Oferece as costas aos que lhe batem. Não esconde o rosto dos que O cospem e esbofeteiam. Jesus não foge da Cruz, mas, abraça-a como o culminar da Sua missão. Ele e o Pai realizam, no momento mais negro do nosso pecado e rebelião, a mais majestosa e sublime Obra de todas – a salvação de pecadores.

O servo sofredor, pelo seu sacrifício, abriu o caminho do perdão e da reconciliação com Deus. Pela fé em Jesus, “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
” (João 1:12,13) Hoje mesmo, o Rei Servo continua a chamar e a estender a boa palavra de reconciliação aos que estão cansados e em trevas. Como vais responder?

“Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. “(Isaías 50:10)

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