Hoje fui visitar a minha avó L.. Há vários anos que ela é forçada a permanecer em casa a maior parte do tempo, por motivos de saúde. Por vezes, noto uma tristeza no seu olhar. E, uma das razões para isso é o facto de não poder ir à igreja como dantes. Para dizer a verdade, nem me consigo lembrar quando foi a última vez, mas estou certo que já passaram mais de 5 anos. Para alguém como a minha avó este é um duro golpe. Ela era sempre a primeira a chegar. Cuidava das flores, das toalhas das mesas, preparava os símbolos para a Santa Ceia. Fez isto desde que me lembro. Agora, incapaz de fazer as coisas que tanto gostava, sente-se, por vezes, inútil. Mas isso ela não é!
Pousados na mesinha de cabeceira estão dois pedaços de papel escrevinhados de cima abaixo e uma Bíblia. Sempre reparo neles quando a visito. É frequente ouvir um murmúrio ao aproximar-me do seu quarto. Ela ora. Aqueles dois pedaços de papel são a sua lista de oração. Estão cheios de nomes. Família, membros da igreja – alguns que já não vêm há anos, pregadores e ministérios, políticos, países – todos os que se conseguiu lembrar. Constantemente ela intercede por eles. Há pessoas na igreja que provavelmente não a conhecem, mas ela está a orar por eles.
O meu nome também está nessa lista. E eu sei que grande parte do meu ministério é suportado pelo seu invisível e silencioso ministério. Sinto-me humilhado pelo seu exemplo. Ela é um gigante! Um pilar da Igreja. Louvo a Deus pela sua vida.
Amo-te muito, vóvó. Sê forte, o teu trabalho não será esquecido.
“Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt.6:6, JFA,A)