Esta semana tem sido muito dura para a nossa família. A vóvó L. partiu para a glória. Sabemos que agora ela achou o seu merecido descanso, mas a saudade e a dor da perda ficarão connosco por longos dias.
No dia seguinte à sua morte, regressando a casa ao fim da tarde, o J. estranhou o silêncio no carro. Sem nada mais que o pudesse demonstrar, ele dirige-se à S. e pergunta:
“Mamã, estás triste?”
Eu e a S. entreolhamo-nos.
“Não, filho, está tudo bem.”
Após um momento ele torna a perguntar:
“Mamã, estás triste? Estás triste comigo?”
“Oh, filho, não! A mamã não está triste contigo.”
“Então, estás triste com a mana? Estás triste com o papá?”
“Filho, a mamã não está triste com ninguém!”
Como é que se explica a um menino de 2 anos que a “bisa” morreu?.
Olhei para a S. e notei que os seus olhos se humedeceram, e percebi que não era pela dor da perda, mas pelo carinho e cuidado que o seu filho demonstrava para com ela. Eram lágrimas felizes.
Seguimos em quase silêncio o resto da viagem, mas aquele momento ficou comigo. E penso:
“Como é que eu reajo quando Deus se entristece?”
Será que busco entender a causa com tal afinco? Tento encontrar alguma coisa em mim que possa ter magoado o Seu coração? Procuro alegrá-lo de todas as maneiras que me são possíveis? Bem sei que Deus é Deus e não precisa de nenhum homem. Mas, é também Pai, e o seu coração se comove pelos seus filhos.