Há uma música que passo o dia a ouvir por conta de um anúncio publicitário que está sempre no ar: “If it makes you happy” de Sheryl Crow. O refrão diz:
“If it makes you happy, it can’t be that bad…”
(Trad.: “Se te faz feliz, não pode ser assim tão mau…”)
A música fala de uma busca obsessiva pelo prazer e felicidade tanto pessoal como relacional. A experimentação nos vícios, a imitação dos ídolos pop, a autocomiseração, e a vida bucólica são os caminhos seguidos tendo por base a tese de que, se alguma coisa te faz feliz (diria eu, se te faz sentir bem), então, talvez seja esse o caminho certo. O prazer do corpo é sinónimo de moralidade confirmada.
O valor moral das coisas não pode, no entanto, ser medido pelo prazer físico que nos aporta. É fácil desmontar este raciocínio. Basta lembrarmos os efeitos do álcool, drogas, e do sexo ocasional para entendermos que o prazer momentâneo não apaga as consequências negativas de tal estilo de vida, nem produz efeitos de felicidade duradoura.
A real felicidade – a tal satisfação e conforto que todos buscamos – tem os seus fundamentos numa moral que não está invertida. Que não é confirmada – ou infirmada – pelos nossos sentimentos. A moral é absoluta. Eterna. Justa. Pura. E, perfeita. Porque vem de Deus.
E andarei em liberdade; pois busco os Teus preceitos.
Salmos 119:45
Os seus efeitos são primeiro espirituais, depois emocionais, e, por último físicos, numa ordem decrescente de importância para a questão da felicidade. Quando adopto a moral divina sou feliz. Sou feliz independentemente das circunstâncias. Sou feliz porque tenho domínio sobre mim mesmo. Sou eu – guiado por Deus – que estou no controlo da vida e das coisas e não sou dominado por nenhuma delas. Esta é a felicidade que importa.
“If it makes you happy then why the hell are you so sad?”
(Trad.: Se te faz feliz porque estás tão triste?)
Feliz (sentindo prazer) e triste simultaneamente. Este não é o contentamento descontente do Amor de Camões. É a frustração de uma vida cheia de muitos nadas. É que a soma de nadas é nada. Mas, a soma de Cristo é tudo!