A nossa caminhada do Advento começa hoje. O Advento é uma época para reflectir no significado da Encarnação. Bem diferente, portanto, do frenesim consumista que enche as ruas.

A Encarnação é a resposta graciosa de Deus a uma humanidade pecadora. Deus se fez presente, Deus connosco, o Emanuel. Tomou a forma humana para levar as nossas dores, vencer as nossas tentações e suportar o nosso castigo (Is.53:1-7; Hb.2:9-18). A Encarnação é Deus em missão. Uma missão de busca e salvamento (Lc.19:10). O Emanuel veio salvar-nos de nós mesmos e da ira do Deus Santo.

São grandes os mistérios que envolvem a Encarnação. Jesus, verdadeiro Deus, “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fl.2:7). Embora não compreendamos a plenitude desta afirmação estrondosa sabemos e cremos na sua realidade porque “vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo.1:14). Com a Encarnação, Jesus inicia a missão através da qual o carácter perfeito e Santo de Deus será exaltado tanto na destruição dos Seus inimigos como na salvação dos que crêem. No fim, “Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl.2:9-11).

Os evangelistas descrevem o momento do nascimento do Messias Jesus. Enquanto Mateus e Lucas descrevem o desenrolar histórico dos acontecimentos – confirmando assim o cumprimento perfeito das antigas profecias – João deixa-nos espreitar por detrás do pano, para vermos o desenrolar celestial do propósito eterno de Deus.

Pela graça de Deus, João conduz-nos à essência da Encarnação – “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo.20:31). Ao longo dos anos, romanceamos os pormenores históricos do nascimento de Cristo, esvaziando-o do seu significado e majestade. Fizemo-lo para o acomodarmos à nossa mente mundana e carnal. O relato de João eleva a verdade profunda e transformadora do Evangelho – que Jesus, a Luz do mundo, veio para brilhar nas nossas trevas e conduzir-nos de volta à comunhão do Pai (Jo.1:4,9,12).

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