Leitura recomendada: Isaías 3:1-4:6
“Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória” (Isaías 4:2)
A pandemia do novo coronavírus trouxe os confinamentos como realidade obrigatória em sucessivos momentos. Para a nossa família trouxe a inauguração da horta de varanda que entreteve os mais pequenos ao longo de semanas. Tudo começou com algumas mudas de batata, beterraba e cenoura. Os pequenos e frágeis brotos que lançámos à terra anunciavam e corporizavam a esperança da colheita futura. Durante semanas, que se fizeram meses, cuidámos das pequenas plantas que cresciam e assim aumentavam a expectativa. O dia da colheita foi de festa! A beterraba e a dúzia de batatas que colhemos fizeram esquecer o fracasso das cenouras e foram as delícias do mais festivo almoço daqueles dias.
O renovo – o pequeno broto verde – anuncia coisas boas para o futuro e, por isso, encoraja no presente. Isaías usa essa metáfora para apontar o coração do povo na direcção do Messias. O estado da nação era tal que para onde quer que alguém se voltasse não encontraria respostas, soluções ou salvação. Os líderes, os religiosos, os políticos, os experientes, os ricos, os progressistas, todos incapazes de preparar o povo para encontrar-se com Deus. Isso trazia a iminência do castigo e da destruição. Assim é a situação do Homem que busca em si soluções para o seu pecado. Quanto mais lutamos para livrar-nos dele mais nos embrenhamos e envolvemos até que, constrangidos, somos vencidos por ele e, deixados sem esperança.
Nesse lodaçal imundo, o profeta enviado por Deus aponta um caminho de esperança: um renovo brotará e o seu fruto será para a cura do povo. A esperança deveria ser projectada no futuro, no Messias prometido, na palavra firme de Deus e na Sua fidelidade em cumprir as promessas. O Messias, qual renovo, era um anúncio de coisas boas. Quando finalmente chegasse veriam a Sua glória e beleza, e provariam do Seu fruto excelente em santidade, purificação, justiça, zelo, protecção, refrigério e refúgio.
A promessa, no entanto, não acalenta apenas a esperança no futuro. No presente, ela sustenta a paciência da espera e as escolhas contracorrente que desafiam o pensamento do mundo envolvente. É possível, e desejável que aquele que espera viva já a realidade futura.
O Messias veio. Os seus rejeitaram-n’O. Mas, todos os que O recebem entram no gozo do Seu fruto ainda que, no presente, vivam à luz de algumas promessas que ainda estão para cumprir-se. Não importa. Cada uma delas é firme e certa por Jesus Cristo, o Messias, o renovo que floresceu e frutificou e por quem, Deus o Pai, cumprirá todas as promessas.