Leitura: Isaías 11
“(…) a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Isaías 11:9)
“A espada é a língua dos déspotas“, assim conta um ditado popular. A História tem demonstrado amplamente que o povo tem boas razões para temer o poder absoluto de quem os governa. O líder – seja presidente, rei, imperador, semi-deus ou qualquer outro epíteto de magnificência -tirano e déspota vive para si mesmo, para alimentar e engrandecer o seu ego insaciável, desprezando o próprio povo que tem o dever de cuidar e proteger. Como bem apontou o Lorde e historiador inglês John Acton, “O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente“.
Por isso, as profecias que falavam a cerca de um Rei invencível, cujo reino será estabelecido para sempre, podiam ser recebidas tanto com entusiasmo como com cautelosa suspeição. Entusiasmo para os judeus que naquele momento histórico enfrentavam ameaças de destruição e viam num Rei libertador o escape do perigo. Suspeição para todos os que, como qualquer pessoa que pisa esta Terra, amam a liberdade – entenda-se, fazer o que bem quiser – acima de todas as coisas. Afinal, que reino traria o Rei que vinha como legítimo e definitivo herdeiro do trono de Davi?
Como sempre, conhecendo bem as intenções e anseios do coração dos Homens, Deus responde ainda antes de surgir a pergunta. O Rei que vinha seria diferente de qualquer outro. Sobre Ele repousaria o Espírito do Senhor. Este Rei manifestaria a todos os Homens o carácter de Deus, seria a expressão exacta do Seu Ser. Ele agiria com sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento e temor do Senhor. O Seu prazer seria honrar e obedecer ao Senhor.
Como consequência, e contrariamente ao que normalmente se supõe que são os resultados de tal atitude*, o seu reino será caracterizado pela justiça e retidão. Ele será imparcial mas, zeloso. Protegerá os pobres e guardará os mansos mas, trará juízo sobre os ímpios impenitentes. Será fiel aos seus. A paz cobrirá a Terra. A violência cessará. Porque o conhecimento do Senhor estará em toda a parte. A glória deste reino será tal que todos – judeus e gentios – quererão entrar nele.
O Rei Jesus veio para destruir as obras das trevas e da iniquidade e para trazer cura às nações. Apesar de o seu reino ser absoluto e invencível, o seu domínio é doce e suave para todos aqueles que se abrigam debaixo do seu estandarte. Ele mesmo é a fonte da paz, da justiça, da prosperidade e do descanso que necessitamos. Mas, isso também significa que, para todos os que rejeitam dobrar o seu joelho perante este Rei, nada mais resta senão “choro e ranger de dentes“.
Glória, pois, ao Rei e ao seu reino!
…
*Há uma tendência instalada para avaliar o comportamento dos “religiosos” como discriminatório, por vezes, persecutório, e intolerante. É verdade que, a História está cheia de muito maus exemplos, e de comportamentos odiosos cometidos em nome de uma suposta fé – incluindo de alguns chamados cristãos. Os fracassos dos Homens não são, no entanto, atribuíveis a Deus.