A religião sempre teve muita dificuldade em conciliar a aparência e a essência da transformação do coração do Homem. A sua preocupação em padronizar comportamentos considerados aceitáveis, conduz a duas consequências: por um lado, leva as pessoas a fugirem de um jugo que não conseguem suportar pois não têm capacidade moral, nem espiritual de o cumprir; por outro, conduz a uma abordagem simplista da fé, baseada nas manifestações exteriores, negligenciando a fundamental transformação interior necessária para o gozo da excelência de vida que é proposta.

Os opositores de Jesus pensaram achá-lo em falta numa questão de higiene pública – comer com as mãos sujas – mas, foram achados em falta numa questão ainda mais importante – a higiene da alma! A sua excessiva preocupação com a reputação e com o reconhecimento dos outros tinha-os levado a deturpar os mandamentos de Deus. Deixavam de honrar os pais, conforme a Lei, contribuindo para o seu sustento, alegando que o dinheiro era para o Senhor. O veredicto de Cristo não podia ser mais devastador: “Hipócritas!” Eles eram falsos. As suas atitudes não correspondiam ao que havia no seu coração.

Assim acontece com muitas pessoas ditas religiosas. Sempre que há um recenseamento no país descobre-se que somos um povo que crê em Deus, que professa uma religião, mas se diz, na maioria, não-praticante – seja lá o que isso for. Aos Domingos e dias santos enchem-se os templos. Fazem-se votos. Sacrifícios. Ofertas. Mas, nos outros dias, abunda o adultério e prostituição. A mentira. O roubo. A violência. A falta de escrúpulos. A indecência. A maledicência. “Hipócritas!”, diz Jesus Cristo.

A razão deste mal é que os corações não foram ainda transformados. É da raiz de pecado em cada coração que procedem estas coisas, e enquanto o coração não for mudado, todos os esforços para mostrar outra aparência de piedade serão inúteis.

Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” Provérbios 23:26

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Poderás consultar esta e outras reflexões na secção Olhar a Bíblia.

Clica aqui para ler Mateus 15:1-20

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