Das três vezes que soube que ia ser pai o meu pensamento e oração foram: “Ó Deus, dá-me Graça!”. Quando penso na paternidade vejo mais além do que o amor embevecido, ou o orgulho pelos feitos trapalhões dos filhos pequenos, ou da preocupação pelo seu futuro e bem-estar. Há um texto que tem sido o meu mote desde que sou pai:
“Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” (Dt.6:4-7)
A primeira coisa que me chama a atenção é que a minha responsabilidade como Homem é buscar a Deus, e aceitar a Sua soberania sobre a minha vida. Viver isto é amá-lO de todo o coração, ou seja, com o meu entendimento, consciência e determinação. Amá-lO de toda a alma, com todo o meu ser, minha personalidade, desejo, emoções e paixão. Amá-lO com todas as forças, até ao limite da minha capacidade, abundantemente.
A minha segunda responsabilidade nasce na família, e na paternidade. A ideia por detrás de ensinar pressupõe muito mais do que um simples convívio familiar, brincadeiras com os filhos, ensinar a orar pelos alimentos e levar os filhos à Escola Dominical. É um ensino incisivo, perfurante, que aguça o outro. Como se tatuasse no coração dos filhos a vivência que tenho com Deus.
Essa vivência deve permear as minhas conversas, os avisos, a disciplina, os comandos e o meu louvor. A minha casa deve ser construída como um lar. Para isso, é necessário que eu saiba ficar e permanecer. Estar disponível para a esposa e os filhos, trazendo a estabilidade que todos precisam.
Mas, o exemplo deve sair de portas. O meu carácter moral deve manifestar-se em todo o lugar. No emprego. Com os amigos. Na estrada. Na igreja. Até mesmo quando descanso. O meu tempo de lazer deve trazer glória a Cristo. E, quando necessário, devo erguer-me para defender as minhas convicções e fé. É no momento da prova que o carácter se confirma.
Perante tal exemplo chegará o dia em que o filho se voltará para o pai e perguntará: “Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o SENHOR nosso Deus vos ordenou?” (vs. 20) Ser pai é assumir a benção de edificar uma vida. O maior feito que posso alcançar como pai será conduzir os meus filhos ao temor do Senhor.