“A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17)

A Lei, ao contrário do que muitas vezes sentimos, é boa. Embora para uns seja um fardo, para outros ultrapassada, ou um ladrão de alegria, cerceadora de liberdade, padrão inatingível que só serve para sobrecarregar as consciências com culpa, a Lei é um acto da graça de Deus. Moisés, o profeta através de quem Deus deu a Lei ao povo, despediu-se do povo antes da sua morte lembrando-lhes exactamente isso.

“Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR Deus de vossos pais vos dá.
Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.
Os vossos olhos têm visto o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor; pois a todo o homem que seguiu a Baal-Peor o Senhor teu Deus consumiu do meio de ti.
Porém vós, que vos achegastes ao Senhor vosso Deus, hoje todos estais vivos.
Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar.
Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.
Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?
E que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?” (Deuteronômio 4:1-8)

A Lei dada por Deus é perfeita e boa. Produz nos que lhe obedecem vida, sabedoria, entendimento e grandeza. Ela instrui acerca de como devemos andar diante de Deus, como deve ser a nossa adoração, a nossa justiça, o nosso relacionamento com o próximo. Ela é revelação estruturante para a vida dos Homens.

Há, no entanto, um problema. Tiago na sua carta explica-o bem: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” (Tiago 2:10). A Lei não são recomendações boas sobre como viver. Não é mais uma alternativa que Deus coloca perante nós para escolhermos como quisermos. A Lei tem força e poder de constranger à obediência. A Lei é o que Deus requer de nós. E, se violamos apenas um dos mandamentos, somos achados culpados diante de Deus, sujeitos por isso ao justo castigo pelo nosso pecado. Isso torna “evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus” (Gálatas 3:11). Na realidade, não somos culpados de quebrar apenas um dos mandamentos de Deus. Na nossa rebelião, violamos toda a Lei. É impossível não ouvir isto sem a sensação de murro no estômago. De repente, toda a presunção, a auto-confiança e a vaidade é reduzida a pó. Ficamos como Jó,

“Na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2)

O que precisamos recordar é que a Lei é um acto da graça de Deus. Isso significa que há nela um propósito bom. Ao confrontar-nos com a nossa incapacidade de obediência, ela convence-nos da necessidade de um Salvador. E isso são boas notícias!

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” (Gálatas 3:24)

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.”(Atos 13:39)

São boas notícias porque o Salvador existe! O Eterno Filho de Deus, a Luz do mundo, a Vida, veio até nós. Jesus, o Emanuel encarnado, veio para cumprir toda a justiça da Lei. Agora, pela fé no Seu Nome, podemos ser justificados não pela obediência da Lei – o que nos é impossível – mas, porque recebemos sobre nós a justiça do perfeito Filho de Deus, que suportou em nosso lugar o castigo e nos trouxe a Vida eterna.

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