A experiência cristã vive do difícil equilíbrio da dicotomia de uma prática da fé na intimidade solitária ou comunitária com Deus, e, a prática da mesma fé na hostilidade de um mundo que não reconhece a Deus. A montanha e o vale. O lugar santo saturado da presença inegável de Deus, e, o lugar comum dos desafios à fé onde a nossa fragilidade e incapacidade são mais evidentes.

Todos gostamos de estar na montanha. O êxtase dessa experiência leva-nos a buscá-la incessantemente, por vezes, até por meio de artifícios que mimetizam o mover sobrenatural do Espírito, mas, são inconsequentes nos seus efeitos santificadores. A montanha é essencial para sobreviver num mundo hostil à fé. Jesus é descrito muitas vezes a subir a montanha. O recolhimento, consolo, instrução e capacitação que recebemos quando nos encontramos com o Senhor são imprescindíveis para nos mantermos no centro da Sua vontade.

A vida, no entanto, não pode ser feita apenas de montanha. O chamado de Deus para os seus é que desçam ao vale para alcançar os que ainda estão perdidos. Aí a nossa fé é posta à prova. A instrução que recebemos antes tem que ser aplicada. A forças empregues até ao limite para alcançar o fruto. O preço amargo do tomar a cruz pago com gozo santo.

Nem quem vive sempre na montanha, nem quem insiste em ficar no vale, prova a vida abundante que Deus, em Cristo, tem para os seus. Não estamos sempre fracos, necessitados do consolo do Pai. Nem estamos sempre fortes, capazes de enfrentar as potestades. Somente os experimentados – como Jesus – em subir ao monte e descer às multidões, estão aptos a cumprir todo o desígnio de Deus para as suas vidas.

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