“Orando pela chuva que sara
Para restaurar a minha alma.Sou um farrapo em fuga.
Como cheguei aqui?
O que é que eu fiz?
Quando é que a minha esperança se vai erguer?
Como vou conhecê-lo?
Quando olho nos olhos do meu pai.”(Eric Clapton, My father´s eyes, 1998)
Eric Clapton escreveu esta música inspirado no pai que nunca conheceu. Apesar dessa distância entre eles, transparece nas palavras do poema um anseio por comunhão que nunca poderá existir. Uma esperança de que no olhar do pai se encontra as respostas que buscamos.
Hoje, a R. adormeceu a olhar para mim. Estávamos na rua, e ela no seu carrinho de passeio. Os seus olhos estavam pesados de sono, mas ela resistia. Talvez a agitação em volta não ajudasse. Alguns minutos depois, o meu olhar cruzou-se com o dela. Ela fitava-me. Demorou-se um segundo e fechou os olhos, dormindo. Senti como se ela esperasse por aquele último olhar do pai, para lhe dar a confiança e segurança, para depois dormir. Sorri, enternecido. E, no meu coração, alegrei-me por reconhecer na simplicidade deste episódio o amor que ela tem por mim.
Lembrei-me da música de Clapton, e de um texto das Escrituras ainda mais relevante:
“Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele.”
2 Crónicas 16:9
Deus procura-nos com os seus olhos para nos dar a segurança, confiança, descanso e a força que necessitamos. Será que o Seu olhar encontrará o teu?